Entrevista | Como Receber Ajuda Da Bárbara?
Hoje venho deixar-vos mais uma entrevista aqui no blogue.
Desta vez, a convidada é a Bárbara Bação, autora de dois blogues, a minha blogger coach (palminhas), a rainha do planeamento e da gestão de tempo e uma mulher cujos dias só podem ter 34545353546546 horas tendo em conta a quantidade de coisas que ela consegue fazer num dia!
Certamente já ouviram falar da Bárbara: já participou numa outra rubrica aqui do blogue, mas desafiei-a a responder a algumas questões - umas que "doem" um bocadinho mais - e aqui está o resultado. Estou certo de que vocês vão gostar.
Vamos lá?
Quem é a Bárbara?
A Bárbara é uma menina-mulher dos seus 31 anos que vive algures entre Setúbal, Costa de Caparica e Lisboa. É uma pessoa brincalhona e bem-disposta, que tem "rasgos" de ansiedade de vez em quando, adora plantas (embora nem todas as plantas a adorem de volta), os seus coelhinhos e ler. Bom, e Netflix também!
NOTA: eu, Ricardo, também gosto de plantas, mas elas não gostam de mim, uma vez que já matei três bonsais. Interpretem como quiserem #risos.
De onde surgiu a vontade/necessidade de apostar nas redes sociais?
Na verdade, tudo começou há sete anos quando lancei o meu blogue pessoal - o Living in B's Shoes. Tem vindo a ser uma aprendizagem constante desde então porque, na altura, não havia informação em Portugal sobre esta "coisa" de "criar conteúdos online". E, se queria ter um blogue que chegasse a muitas pessoas, enquanto o SEO não fazia a sua magia, precisava das redes sociais para divulgar os meus artigos.
Foi então que percebi o verdadeiro poder das redes sociais. Primeiro, com o Facebook e, recentemente, com o Instagram. Seja para simplesmente passar informação de forma altruísta, seja para trabalhar como "influencer" ou para vender online, as redes sociais são meios extremamente poderosos que podemos usar a nosso favor.
Quem pretendes alcançar?
Neste momento, tenho três públicos distintos:
A) Influenciadores digitais que pretendem levar a sua presença nas redes sociais ao próximo nível;
B) Donos de pequenos negócios online, que vêem nas redes sociais uma forma de vender mais e divulgar o seu negócio;
C) Os meus "antigos" seguidores que seguem a página pela vertente de Lifestyle que ainda tento manter, de forma a mostrar a minha personalidade fora do contexto da Consultoria.
Qual o teu objectivo com o teu projecto online?
Tudo começou há mais de dois anos, com o projecto Criar Um Blog. Quando aceitei um novo desafio profissional como Directora de Comunicação de uma Associação, onde me encontro até hoje, abandonei o projecto, mas continuei a fazer sessões de Consultoria às pessoas que acompanhava nessa altura.
Não tens noção da quantidade de pessoas que me diz que "quer fazer vida das redes sociais"
Só no início deste ano, já com a minha vida finalmente bem organizada, consegui dedicar-me mais à divulgação deste serviço. Tenho vários objectivos com este projecto, mas creio que o principal é mesmo "educar" marcas e criadores de conteúdo a usar as redes sociais de forma a impulsionar a sua presença digital e a recorrerem às boas práticas do mercado. Incluindo, claro, incentivar marcas e influenciadores digitais a valorizarem o trabalho mútuo, criando parcerias que façam sentido, que sejam remuneradas e que assentem em conteúdo de valor.
Falemos de redes sociais:
Achas que é um "mundo" saturado?
Por um lado, sim. A democratização do acesso às redes sociais e o crescimento do conceito fez com que, agora, qualquer pessoa queira ser "influencer". Não tens noção da quantidade de pessoas que me diz que "quer fazer vida das redes sociais".
Por outro lado, ainda há espaço para nichos diferenciadores e para abordagens autênticas. É aqui que o mercado satura - todos querem ser Lifestyle, todos querem ser modelos de instagram, todos querem ser influencers, mas sempre a fazer mais do mesmo.
Consideras que as pessoas "se vendem" por "meia dúzia de brindes"? Que as pessoas trabalham nesta área com o pressuposto errado?
Sem dúvida alguma! Diria que mais de metade das pessoas que se intitulam de "influencers" em Portugal o fazem unicamente com o propósito de ganhar coisas de borla ou de fazer uns trocos.
A necessidade de fama e de receber coisas grátis é tanta, que ficam cegas e aceitam fazer qualquer coisa - sem sequer pensar que o tempo que estão a perder a fazê-lo, poderia estar a ser dedicado a fazer algo que realmente desse dinheiro.
Vê-se claramente, nestes casos, que não se tratam de influencers ou de criadores de conteúdo (como lhes quiseres chamar). São pessoas unicamente focadas no seu umbigo e em ganhar brindes.
Quando tens interesse em criar um verdadeiro projecto enquanto criador de conteúdos, pensas sempre em primeiro lugar na tua comunidade. Não vais aceitar uma embalagem de pensos higiénicos da Evax quando nunca sequer falaste de produtos de higiene íntima, porque o teu nicho é Moda.
E isto leva-nos a outro tema - há perfis que são verdadeiros catálogos! Não há conteúdo, não há um fio condutor, não há personalidade. Cada fotografia é um anúncio publicitário sabe-se lá a quê e, claro, os seguidores vão-se afastando porque não há "sumo" naqueles perfis.
Criar um instagram apenas para ganhar produtos é o pressuposto errado, sem dúvida. O foco deve ser, primeiro, criar um nicho. Depois, definir quem são as personas dentro do seu público-alvo. Aí, então, criar conteúdo que responda às suas necessidades.
Quais as tuas inspirações neste "mundo" (na tua área ou outra)?
Vou-me focar em Portugal, porque acho que devemos apoiar os profissionais portugueses. Por isso, a Maria Gonçalves do Bloglogia, a Tânia do FocusVirtual_AV, o Miguel Raposo e o Paulo Faustino.
Quais as maiores dificuldades para quem "trabalha" com o Instagram?
De acordo com 90% dos meus clientes, é mesmo o crescimento em termos de seguidores. Por outro lado, a criação de conteúdos com valor também é um verdadeiro desafio.
Na tua opinião, o que é que está mal nesta área? Que erros vês as pessoas cometerem frequentemente?
Diria que o mesmo que te confidenciei anteriormente: não terem um nicho, quererem ser apenas "mais um projecto" porque o objectivo não é criar uma comunidade mas, sim, ser famoso ou ganhar coisas de borla.
E poderia juntar a isto o facto de muito poucos estarem realmente preparados para o trabalho que dá ser um verdadeiro (e bom) criador de conteúdos.
Qual a tua opinião, em geral, sobre as redes sociais? Algo genuíno ou a representação de uma vida perfeita?
Eu adoro redes sociais. Acho que são um veículo poderoso de passagem de mensagens, que permite ouvir ambos os lados e chegar imediatamente ao destino.
Acho que ninguém se mostra no seu pior nas redes sociais. E entendo o porquê. Depois de um dia caótico, vamos às redes sociais para procurar coisas que nos façam rir, que nos inspirem, que devolvam a "harmonia". Por isso é que gostamos tanto de feeds "perfeitos" - porque são harmonizados e a nossa vida não o é.
Mas ter fotografias bonitas não significa que não se possam ter mensagens importantes e genuínas, que mostrem inclusive o lado menos bom. Tento fazer isso de vez em quando no meu perfil, falando sobre a brutalidade que é, por vezes, querermos ter os nossos próprios negócios. Sobre o grau de exaustão, sobre a falta de criatividade, sobre a desmotivação.
Isso aproxima-me dos meus seguidores mas, como a minha missão é passar algo positivo, gosto sempre de terminar com dicas para combater ou com um silver lining.
Síndrome de "vedetismo": achas que existe?
Não acho, tenho a certeza. Daí que encontres centenas de pessoas que, quando atingem um determinado número de seguidores (como se fosse a única métrica importante ou como se não fosse possível ver que são comprado), de repente:
A) Deixam de responder aos seus seguidores;
B) Cobram valores absurdos por uma qualidade que não entregam;
C) Deixem de pensar em criar conteúdo e apenas pensem em ganhar produtos ou dinheiro, mesmo que nada tenha a ver com a sua audiência.
Algo que nunca farias para as redes sociais: proposta que nunca aceitarias.
Nunca posaria nua. isso de certezinha absoluta. Nem aceitaria uma embalagem de pensos higiénicos a troco de 6 publicações. Resumindo:
- Nunca publicaria nada que me expusesse em demasia (os limites do meu corpo e da minha vida são impostos por mim);
- Com o qual não acreditasse (jamais faria publicidade a touradas, por exemplo) ou;
- Que não justificasse o meu esforço (publicidade de borla só faço aos meus amigos ou a algo que, genuinamente, ame).
Nas tuas sessões de coaching, quais consideras ser as maiores dificuldades em quem te procura? Qual a vantagem em ter um blogger coach ou um social midia coach?
As principais dificuldades são:
- Aumentar o número de seguidores;
- Trabalhar com marcas.
Diria que ambas se resumem ao mesmo: os factores que te referi anteriormente sobre nicho, sobre conteúdo de valor, sobre estratégia. Por isso meu grande trabalho é nesse sentido - de orientar pessoas (influencers e marcas) que querem aumentar a sua comunidade, mas fazê-lo "com pés e cabeça". No fundo, com uma estratégia a curto, médio e longo prazo que lhes permitam atingir os objectivos (embora os objectivos que traçaram, muitas vezes, tenham de ser ajustados porque são irrealistas).
E, portanto, o meu papel enquanto Consultora ou Coach é mesmo esse: ajudar essas pessoas, de forma estratégica, a pensar nos seus objectivos e a traçar planos de acção para os atingir. Fazendo uma análise criteriosa aos seus perfis e percebendo quais são os seus objectivos (através de um questionário que envio previamente) é fácil trabalhar os perfis para que atinjam todo o seu potencial. Mas, depois, está do lado do cliente implementar essas estratégias.
No fundo, é como se fosse uma PT (Personal Trainer) dos criadores de conteúdos e dos negócios online que dá toda a motivação e exemplificação de como fazer os exercícios certos.
Quem é mais responsável por algum trabalho que vemos? As marcas porque não se preocupam em arranjar criadores de conteúdos alinhados com a sua filosofia ou os criadores de conteúdo que não sabem ser profissionais?
Temos ambos os casos. Por um lado, marcas que aceitam todas e quaisquer propostas de parcerias, sedentas por divulgar o seu negócio e sem qualquer conhecimento do que estão a fazer. Para elas, é uma bênção receberem contactos de influencers e querem trabalhar com todos. E também existem as marcas grandes que, infelizmente, olham mais para o número de seguidores do que para a interacção ou se é o nicho certo.
Por outro lado, temos os "criadores" de conteúdo" (ou "modelos de instagram", como gosto de lhes chamar) que disparam propostas para todas as marcas que gostam, independentemente de serem do seu nicho ou não. Bom, na verdade, esses "influencers" não têm nicho, mas tentam parcerias com qualquer marca porque, como vimos, estão desesperados por coisas grátis e não percebem que o caminho, a médio e longo prazo, passa por uma comunidade envolvida e não por um catálogo.
Espero ir contribuindo para educar ambos os lados e, desta forma, valorizar o trabalho de todos.
Que é que as redes sociais já te trouxeram de positivo?
Para além de ter conhecido pessoas maravilhosas, que passaram do online para o offline, também me permitem divulgar o meu negócio, o que é absolutamente maravilhoso.
E, na perspectiva de influencer, permitiram-me fazer algumas viagens e ter algumas experiências que, de outra forma, nunca teria tido oportunidade de fazer.
Quais os próximos passos?
Vou continuar a investir na minha formação mensal com cursos online e na divulgação dos meus novos serviços através das redes sociais, do site e de email marketing.
Metas a atingir futuramente
Tenho um novo e-book em mente, mais direccionado para negócios desta vez e gostaria também de lançar dois novos produtos até ao final do ano (um deles offline). Vou trabalhar nesse sentido e espero, em breve, ter novidades para ti.
E foi esta a entrevista com a Bárbara. Já conhecia parte da postura dela relativamente às redes sociais e ao trabalho de alguns criadores de conteúdo, mas é sempre um prazer trocar ideias com ela.
Para aqueles que precisam de uma ajuda a reavivar os seus projectos online - ou lançar novos - marquem uma sessão com a Bárbara. Ela ajuda verdadeiramente. Dá dicas e sugere estratégias. Depois precisam de ser vocês a fazer o resto e a ter o trabalho todo. Mas vão ver que, no final, vale bem a pena!
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