Entrevista | Rita Cortez, Sem Filtros, Como Sempre!
Chegou o dia em que vos dou a conhecer mais uma entrevista que fiz a um criador de conteúdo.
Desta feita, a pessoa em questão não é, de todo, desconhecida aqui no blogue. Já participou em algumas rubricas aqui no blogue, bem como se tornou numa pessoa a quem eu chamo de amiga.
Senhoras e Senhores, sem mais delongas, a entrevista do mês foi feita a Rita Cortez, do blogue Cortez Com Z. Posso já dizer-vos que as respostas que a Rita deu são sem filtros, cheias de verdade, a "chamar as coisas pelos nomes" e, claro está, com sinceridade. Aquela genuinidade que a caracteriza.
Preparados? Ready, Set, Go!
Quem é a Rita?
É uma pergunta complexa essa. Cortez, 29 anos, olhos nos olhos, no Alta Definição... Estou a brincar. Sou complexa, amiga do meu amigo, impulsiva, entusiasta e que não desiste de absolutamente nada (por isso é que depois não consigo chegar a todo o lado, mas acredito muito que a minha perseverança e persistência ainda me levarão longe!).
De onde surgiu a vontade de criar o teu blogue e, posteriormente, desenvolver o teu Instagram?
Criei o blogue em 2009, aquando a minha entrada na Faculdade. "A Minha Vida Dava Um Blog", era assim que se chamava. Criei-o única e exclusivamente com o intuito de escrever sobre as minhas vivências académicas. Entrar na Faculdade era um sonho antigo. Sou conimbricense, sei bem o que é a vida académica desde bem jovem. Queria muito aproveitar tudo e não esquecer. Criei o blogue para poder registar e lembrar um dia. Mais tarde, evoluiu para "Minnie Me Blog" e foi aí que comecei a ter uma audiência fiel, que ainda mantenho hoje em dia.
Quem pretendes alcançar?
Todas as pessoas que gostarem de conteúdo verdadeiro, real e sem mi mi mi mi. Ahhh e que não esperem que faça uma publicidade fake apenas porque me deram um champô. Ok que um champô custa dinheiro, mas o meu tempo também é valioso. Quem me segue sabe exatamente quem eu sou e o meu objetivo por aqui. E como costumo dizer: quem não gosta, não segue. Talvez por ser tão direta e frontal, por dizer sempre o que penso, não cresça tanto quanto aquelas pseudo influcenas que promovem tudo e mais alguma coisa a troco de um pacote de pensos. Paciência, né?
Qual o teu objetivo?
Ser verdadeira com o meu público, mas, sobretudo, comigo mesma. Se assim não for, o que ando aqui a fazer? A ser só mais uma influcenas? Naah, não é para mim.
Começaste o blogue no anonimato (ainda com outro nome). O que te levou a revelar-te a quem te acompanhava na altura?
Como expliquei, o blogue começou com o "A Minha Vida Dava Um Blog", de forma totalmente anónima. Lá está, nunca criei o blogue com o intuito de nada (e, na altura, A Pipoca Mais Doce já era A Pipoca Mais Doce!) e acho genuinamente que esse é o truque.
Depois, quando passei para o "Minnie Me Blog", passei a abordar todos os temas e mais alguns da minha vida e as pessoas começaram a ficar, a ficar, a ficar... Até que comecei a ter números bem jeitosos e a ter marcas que começaram a trabalhar comigo e, pronto, as marcas gostam de se associar a caras.
Foi isso que me levou a revelar. Arrependo-me? Talvez! Deixei de dizer tudo o que penso sem receio de julgamentos, porque hoje em dia as pessoas ofendem-se com tudo e mais alguma coisa. Já tudo é racismo, já tudo é uma ofensa, já tudo é um ataque e a minha paciência não dá para aturar "virgens ofendidas" todos os dias. Sorry Not Sorry!
Há pouco tempo, tive uma seguidora do tempo do "Minnie Me" que me disse "Tenho saudades de quando dizias tudo e mais alguma coisa sem medo de nada" e eu pensei "Também eu...".
O que te levou a mudar o nome do blogue? Estás arrependida?
Passei de "Minnie Me Blog" para "Cortez Com Z" por uma questão de identidade. Apesar de quase toda a gente me conhecer como "Minnie" (tu és desse tempo), sentia que estava crescida e que o nome era um pouco infantil. Na altura eu amava a Minnie e o nome fazia todo o sentido. Hoje a Minnie pouco me diz. Arrependimento zero. No início foi complicado para as pessoas - estavam muito "presas" a chamar-me "Minnie". Hoje em dia, já toda a gente me conhece como Cortez e isso deixa-me satisfeita.
O que faz a Rita quando não está à frente da câmara a fazer stories ou por detrás de um ecrã de computador a escrever no blogue?
A Rita, além de criadora de conteúdos digitais (influcenas, vá), é Diretora de um conhecido parque de diversões onde organiza festas de aniversário, faz a gestão económica, logística e de recursos humanos. Mas a Rita também é formadora de adultos e dá aulas numa Universidade Sénior. Ah, nos tempos livres - que são poucos - faz exercício (algo introduzido recentemente) e diz asneiras (muitas) porque não tem paciência para gente burrinha.
Hoje em dia as pessoas ofendem-se com tudo e mais alguma coisa (...)
Achas que há sempre lugar para novos projetos ou este "mundo" já está saturado?
Há sempre lugar para toda a gente. É o que costumo dizer. Agora, se vêm para este "mundo" já com o pensamento de ganhar coisas de borla, xau amigos! Lamento informar-vos, mas não vai correr bem e vão falhar. De nada pela dica.
Nos últimos meses - e fruto da tua cirurgia - vemos conteúdo diferente no teu instagram e blogue. Qual a razão? Ajudar outras pessoas na mesma situação que tu?
Como costumo dizer "Se ajudar uma pessoa, já fico muito feliz", então, sim, pode dizer-se que esse é o meu maior objetivo.
Sabes que sofri MUITOS anos com o excesso de peso que tinha. Acho que nunca me vi bem da forma que estava, mas hoje, ao olhar para as fotos do casamento (que é algo tão recente), não me reconheço. Não sei quem era aquela. É uma sensação esquisita.
Estás a ver quando compramos uma moldura e vem com aquelas fotos "modelo" de pessoas aleatórias? Olho para mim como se fosse esse alguém aleatório. Meio que assustador. A cirurgia não é, nem deve ser, considerada uma solução. Se as pessoas se se esforçarem e conseguirem perder peso, não avancem para a cirurgia. Não é "pera doce"!
Consideras-te uma pessoa "explosiva"/intempestiva?
Explosiva, intempestiva, impulsiva, com "o coração na boca", sem paciência... Prazer, sou eu. Já disse que não tenho paciência para gente burrinha?
Quais as tuas inspirações neste "mundo"?
Pode ser difícil de acreditar, mas, não tenho inspirações. Gosto de ser eu própria, de criar por mim, tudo bem real. Estou (e acho que estamos todos) FARTOS da rebanhada que anda para aí. Daquela malta que cria publicações todas iguais, as mesmas poses, os mesmos artigos, as mesmas legendas - BORING. E pronto, prefiro ser eu própria, real, sem inspirações.
O que te leva a acompanhar determinado projeto digital?
Sentir que aquela pessoa me dá conteúdo real, ter empatia com ela, sentir que a pessoa não é influenciável e não alinha na rebanhada. Depois, claro que tenho de seguir algumas pessoas POR OBRIGAÇÃO. Sim, não é uma questão muito faladas - é tabu mesmo - mas a verdade é que, por vezes, somos obrigados a seguir determinada pessoa.
Imagina que eu e tu deixávamos de nos dar tanto. Entretanto, deixava de me identificar com o teu conteúdo porque via que eras um oco do caraças e fazias publicidade desde o penso Evax ao vinho da quinta xpto-cenas a troco de quatro pensos e uma garrafa de 200 ml de vinho. Não te podia deixar de seguir porque, no fundo, somos conhecidos e amigos, mas também não me apetecia ver o teu conteúdo de merda.
Pois, acontece isto. Uma pessoa vê-se obrigada a silenciar stories e publicações porque "parece mal" deixar de seguir a pessoa.
(...) nunca me vi bem da forma que estava (...)
Redes sociais: vemos a realidade ou a personificação de uma vida perfeita?
Super que vemos realidade... Estou a gozar!
Infelizmente, só vemos #fakelifes, #fakepeople, #fakecontent, #faketudo! Já vi um bocadinho de tudo por este mundo digital, mas houve uma coisa que me ficou na cabeça e nem sei se tu próprio me consegues ajudar: QUEM É QUE, NO SEU PERFEITO JUÍZO, PAGA PARA PUBLICITAR UMA MARCA?
imagina, pagar para ir para um hotel/apartamento, fazer fotos para uma campanha onde, ou ganha uma caixa de pensos, ou não ganha nada de jeito. Não sei, ficou-me na cabeça. Depois, acho que, pior que ser da rebanhada, é não assumir que se é. Tipo, COPIAR UM CONTEÚDO À DESCARADA, mas afirmar que foi uma super ideia original sua, sabes?
Qual o problema de dizerem "Inspirei-me em A, achei que fez um trabalho belíssimo e quis fazer também"? Estava tudo bem, mas as pessoas preferem tentar fazer-te de parvo e isso comigo, não dá, né? Mas depois, tu comentas estas coisas e és maldoso... ÓBVIO RICARDO! Não é a pessoa que é fake ou maldosa. És tu!
Consideras que existem vedetas neste "mundo"?
Claro que siiiiiim e nem falo das vedetas no verdadeiros sentido da palavra (tipo Helena Coelho - obviamente, é vedeta e pode ser ahaha). Agora quantas pseudo influcenas CHEIAS DE SEGUIDORES COMPRADOS se acham "a última Coca-Cola do deserto"? VÁÁÁÁRIAS! Deus me freeeeeee!
Achas que o instagram (por exemplo) será uma rede social que irá "estourar" daqui a algum tempo e que ninguém lhe vai dar valor?
"Estourar", não, porque há sempre as pessoas tontinhas que compram seguidores e que têm imensos números no instagram e isso agrada às marcas, certo?
Agora, acredito é que, um dia, tenhamos novas plataformas e as pessoas tontinhas que investiram RIOS DE DINHEIRO no instagram, ou não vão ter comunidade (porque, depois, como levam para lá os turcos e os árabes?), ou terão de gastar RIOS DE DINHEIRO novamente ahaha.
Um assunto polémico: compra de seguidores. Consegues perceber qual a razão para que alguns criadores de conteúdo façam isto?
Consigo, pois. A primeira razão é que não têm que fazer ao dinheiro (podem transferir para a minha conta que estou a aceitar dinheiro para adoção responsável). A segunda razão é terem merda na cabeça (só uma cabeça assim acha que comprar seguidores resulta). A terceira razão é que, infelizmente, há marcas que, ao nível do marketing, valem zero e nem uma taxa de engagement avaliam - guiam-se exclusivamente pelo número de seguidores (e depois dá uma linda conversão igual a zero). A quarta razão é que são desonestos e gostam de ser, mas tentam passar aquela figurinha de honesto aos seguidores e ainda dizem "O insta anda a prejudicar o meu alcance" ahahaha M O R R I!
Será que eles (os que compram) acham que os seus seguidores (ou outros criadores de conteúdo) não se apercebem?
CLAAAAAAARROOOO! Acham que "comemos todos geladinhos com a testa" (e, na verdade, muita gente "come". Se até marcas, fará seguidores). Mas depois basta-nos abrir uma calculadora de engagement e percebemos que o mesmo de alguém está ali no 1% - ADORO! As marcas têm acesso a este tipo de ferramentas, mas qualquer pessoa pode ter também. Por exemplo, o Brinfer e o Swonkie têm esses dados maravilhosos. Mas melhor é ver alguém que tem 100 mil seguidores, mas as fotos têm 400 likes e 20 comentários. Upsss!
O que é mais importante para ti em relação ao teu projeto: o número de seguidores ou a construção de uma comunidade envolvida no teu projeto?
Acho que, depois de tudo o que desenvolvi, a malta já não precisa da minha resposta a esta, mas vá, sou amiga - uma comunidade envolvida, fiel, que confia em mim.
Algo que nunca farias nas redes sociais, por melhor que fosse a proposta?
Fazer seis publicações com pensos higiénicos a troco de seis pensos higiénicos? Parece-me assim mega evidente. Mas jamais trabalharia com alguém com quem não me identifico a troco de visibilidade. PQP a visibilidade.
O que é que te irrita nas redes sociais?
Fakes, fakes, fakes, fakes... ALERTA FAKES!
Egoísmo ou umbiguismo: cada vez mais presente?
Ámen. Ahh, era uma pergunta. Pensava que era uma afirmação retórica.
Cada vez mais presentes, cada vez mais pessoas que só olham para si mesmas e ignoram os outros, que querem tudo para si e nada para mais ninguém. Mas depois, se criticas, és maldoso! Duuuh!
Blogues: algo em "vias de extinção"?
Não. Acho exatamente o contrário. Blogues serão novamente cada vez mais valorizados.
As pessoas estão fartinhas de tudo o que já disse aqui e que se vê, mais fortemente, no instagram. Então, tendem a fugir para os blogues porque sabem que, quem se dá ao trabalho de continuar a escrever por lá, é porque tem conteúdo realmente interessante.
Óbvio que, quem tem realmente bom conteúdo, não é no instagram que o deposita. Primeiro, porque o espaço da legenda é curto (para bom conteúdo) e, segundo, porque uma publicação no instagram não é eterna, "desaparece" rapidamente.
Se uma pessoa for ao Google pesquisar algo, não é uma publicação no instagram que vai aparecer. É um bom texto num blogue, com um bom SEO que vai aparecer (daí que as marcas estejam novamente a apostar neste segmento):
O que é que este projeto já te trouxe de positivo?
Sendo "curta e grossa"? Pessoas e dinheiro. Pessoas maravilhosas (de merda também lol), que se tornaram amigos para a vida, que foram damos de honor do meu casamento (like you), que partilham tudo comigo, que trocam experiências, que trocam parcerias... Dinheiro nunca foi o meu objetivo no mundo digital, mas a verdade é que veio a tornar-se uma possibilidade e dá muito jeito.
Mas isto não é só ganhar. Há muito investimento também. Não se chega, publica-se uma foto da treta e ganha-se dinheiro.
Qual aquele momento que mais te marcou desde que começaste?
Negativamente? Os meses em que fui vítima de cyber-bullying, que envolveu Polícia Judiciária e tudo. Positivamente? Tantos, tantos, tantos... Acho que, ser tiver de destacar um momento, não consigo, mas eventos: Expocosmética e eventos da Flormar.
Desejos para este novo ano.
Paz e dinheiro para pagar a casa - que o Mundo está chocado porque comprei uma moradia T5 (segundo me disseram, há sítios do país onde uma moradia T5 ascende rapidamente a um milhão de euros).
Agora assim mais especificamente, e relacionado com a minha presença no mundo digital, crescer. Quero muito chegar a mais pessoas, levar a minha experiência pessoal a mais pessoas, mostrar que não podemos nem devemos desistir de nós próprios.
Metas a atingir futuramente.
Chegar aos 10 mil seguidores no instagram (de forma orgânica, sem seguidores comprados e sem desculpas do "O Instagram anda a prejudicar o meu alcance") para ter acesso ao Swipe Up e ser um aliado no meu trabalho.
Se chegaram até aqui, estão de Parabéns, porque esta foi a maior entrevista aqui no blogue até agora. Como puderam ver, esta foi uma entrevista sem qualquer filtro - aliás, quem conhece e segue a Rita sabe que não seria de outra forma.
Espero que tenham gostado e que, caso ainda não a sigam, o façam. Tal como a Rita refere - e eu concordo - o mundo digital precisa de pessoas genuínas, sem tretas e sem aquele glamour falso com que muitas pessoas brindam os seus seguidores.
Magnífica entrevista! Não esperava outra coisa da Rita, é assim mesmo! Parabéns aos dois!
ResponderEliminarEsta entrevista veio incomodar muitas pessoas.
EliminarSigo a Rita desde o "Minnie Me" e acho que, sem dúvida, ela destaca-se pela sinceridade. Das pessoas que mais gosto de seguir pelo Instagram, sem dúvida!
ResponderEliminarTem imensa verdade e genuinidade nas suas palavras ;)
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