Entrevista: Como Tudo Começou - Márcio Aurelli

Eu disse que havia novidades a caminho, como por exemplo o meu regresso às entrevistas a criadores de conteúdo.

Entrevista: Como Tudo Começou - Márcio Aurelli

Algo que sempre gostei de fazer foi "descobrir" quem está por detrás de projectos que sigo e acompanho. Assim, e após dois anos de interrupção, eis que volto às entrevistas e hoje começo-vos com alguém que, recentemente, começou a comunicar numa área bem interessante - saúde e nutrição - onde podem encontrar variadas informações cuidadas, estudadas previamente (algo que falta a muita gente) e comunicadas de forma acessível.

Senhoras e senhores, falo-vos do Márcio Aurelli. O nome não é estranho por aqui. TGalvez se lembrem da sua participação no texto alusivo ao quinto aniversário do blogue. Sim, é o mesmo Márcio. Seguidamente, deixo-vos a entrevista que lhe fiz e que tão prontamente ele respondeu.

Vamos conhecer o Márcio e saber como é que começou a jornada dele aqui nas redes sociais?


Quem é o Márcio?

O Márcio é um indivíduo de 32 anos, resultante de um colheita de 1987, que foi a melhor colheita de sempre (risos). Considero-me alguém humilde, amigo do seu amigo e, ainda que introvertido, gosta de conhecer pessoas novas.

Entrevista: Como Tudo Começou - Márcio Aurelli

Devido à vida difícil que tive - principalmente, durante a infância e adolescência - acabei por adquirir valores muito fortes, que ainda hoje carrego comigo. Fez-me, se calhar, olhar para a vida com outros olhos, mas também me deixou "marcas". Entre coisas boas e más, agradeço a aprendizagem que tudo isso me trouxe.

De onde surgiu a vontade/necessidade de apostar nas redes sociais?

Inicialmente, só para ter contacto com amigos. Depois comecei a gostar da dinâmica daquilo e comecei a partilhar mais da minha vida, das coisas que gostava, mas nunca focado num nicho e sem saber bem o que queria dali. Apenas ia explorando.

Um dia decidi focar-me num nicho em que traria mais valor ao mundo num campo específico - saúde e nutrição. Esse dia aconteceu, literalmente, este ano, em que mudei para o nome @MarcioAurelli [no Instagram]. Agora sim, sei o rumo que estou a tomar, estou focado e dedicado a algo que se está a tornar cada vez mais sério.

...estarmos informados é algo fulcral para nos protegermos...

Nesta nova abordagem na redes sociais (nova área que comunicas): o que te levou a enveredar por este caminho?

Esta nova abordagem, na verdade, já estava na minha mente há imenso tempo. Mas como não tenho propriamente um diploma a dar-me um "estatuto" de profissional de saúde, sempre tive receio que as pessoas não me levassem a sério. 

No entanto, reparei que, estudando (ainda que de forma autodidacta), várias horas diárias, ouvindo podcasts, lendo estudos, ouvindo opiniões, lendo livros e pesquisando mais e mais, conseguia sentir-me confiante em partilhar essa informação sem me preocupar mais com isso - eu sei bem o que valho. Além disso, esta minha aprendizagem permitiu-me melhorar problemas de saúde que tive e evitar outros problemas que certos profissionais de saúde me iam causar (é triste dizê-lo, mas é uma realidade) e, por isso, tenho noção que estarmos informados é fulcral para nos protegermos, tentarmos ser mais saudáveis e evitar diversas doenças.

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Um dos momentos que me dá muito prazer é quando médicos ou outros profissionais de saúde me perguntam se trabalho na área, porque costumo ir com o trabalho todo feito, conheço diversos termos que eles usam e, acima de tudo, gosto de garantir qual a abordagem que prefiro que tenham comigo - não só para ajudá-los a chegar mais rápido a um possível problema, como para me proteger de possíveis erros que alguns possam causar, seja por falta de interesse do profissional ou ignorância.

Atenção! Todos os profissionais de saúde são necessários e, como em tudo, existem bons e maus, mas quando o assunto é saúde, não vou confiar a 100% nas mãos e decisões de alguém. Portanto, sou apologista que devemos estar informados e não aceitar o que nos dizem como verdade absoluta e, se possível, procurar segundas opiniões.

Resumindo, essa é a minha missão nesta nova abordagem, e o que me levou a enveredar foi tudo o que passei, pessoas que perdi por negligência médica, tudo o que aprendi e que acabou por me fazer apaixonar por este mundo.

Quem pretendes alcançar com o teu projecto?

Pretendo chegar, cada vez mais, a mais gente: a quem queira saber mais, a quem se interesse pela sua saúde ou dos seus. Mas também quero chegar aos que sabem mais do que eu, nas mais variadas medicinas e práticas, pois tenho feito ligações com essas pessoas fantásticas e agrada-me que aprendamos juntos.

Entrevista: Como Tudo Começou - Márcio Aurelli

De um modo geral, quero chegar ao máximo de pessoas, pois acredito mesmo que todos só têm a beneficiar - mesmo que não acreditem ou confiem. Sou o primeiro a aconselhar que pesquisem outras fontes antes de decidirem algo. Eu não recomendo ou passo receitas de nada. Apenas disponibilizo informação com o máximo de evidência possível para que as pessoas depois decidam o que acham melhor para elas mesmas. E, se ao fim do dia, uma pessoa, no meio de tantas, beneficiar com alguma informação minha, já ganhei o dia!

Falemos de redes sociais:


Achas que é um "mundo" saturado?

Acho que é e não é. Por um lado, acho que há demasiada gente a fazer o mesmo, em vários nichos, e é aí que está a saturação. Todos nos inspiramos noutros e tudo o mais, mas muitos são um completo copy-paste dos outros e acaba por ser mais do mesmo. Cada vez mais, noto que seguem mais esses passos. Por outro lado, acho que há muita gente a inovar e, melhor que tudo, a adicionar valor ao conteúdo que fazem que, na minha opinião, acaba por "abafar" todo o outro conteúdo menos bom ou original.

Consideras que as pessoas "se vendem" por "meia dúzia de brindes"?

Sem dúvida que sim, principalmente quem ainda não sabe bem o que quer ou quem tem poucos seguidores. E não acho mal: estão a aprender como trabalhar com marcas e, nessa tentativa/erro, só vão depois decidir se querem mesmo aquilo ou como querem funcionar.

Não entendo é quando vejo pessoal com um enorme following a fazê-lo também. Mas, no geral, não acho mal quando o fazem porque: se adoras a marca, já a usarias por natureza e se os valores da mesma vão de encontro com os teus, porque não?

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Mas o que acontece, muitas vezes, são parcerias que não vão de encontro com isso - o influencer não está em sintonia com a marca/empresa. Não sei se o fazem só para ter mais conteúdo e, no caso da marca, não sei se acham que o número de seguidores se vai reflectir em possíveis clientes - que, sabemos, não funciona sempre assim!

Acho que o público anda focado em tanta coisa que não vê os perfis mais interessantes...

Quais as tuas inspirações neste "mundo" (na tua área ou outra)?

Sendo o mais sincero possível, eu vou buscar inspiração a imensos lados, seja alguém que sigo, seja uma página, um blogue, um médico, um nutricionista, um estudo, tu ou até mesmo o PT lá do ginásio. Como a informação que tento passar é filtrada de inúmeras fontes, se me inspirar apenas numa e essa informação estiver errada, estou a fazer mal o meu trabalho. Portanto, esta é uma pergunta difícil para responder de forma específica.

Quais as maiores dificuldades para quem "trabalha" com o Instagram?

No meu caso, que ainda sou "pequeno", é chegar a mais gente. Acho que o público anda focado em tanta coisa que não vê os perfis mais interessantes que possam existir nesta plataforma. Não me estou a queixar dos seguidores que tenho, até porque eles são fantásticos e estão sempre lá a comentar, enviar mensagens de apoio e motivação - um "mega" obrigado a todos eles!

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Além disto, acho que, por ser tanta gente a usar o Instagram, muitas vezes, não basta serem bom e teres bom conteúdo - tens de verificar todas as "caixas", se é que me entendes - tens de ser bom, original, likable, relatable, tens que ser tudo e mais alguma coisa para que sejas notado.

...as redes sociais dividem-se em dois: os que são e os que querem ser..."

Consideras que o trabalho de algumas pessoas é, de certa forma, desvalorizado? Achas que as oportunidades são atribuídas sempre às mesmas pessoas?

Ainda que haja empresas que apostam nos microinfluencers, a maioria aposta nos "grandes", por isso, do ponto de vista de parcerias com marcas, uns são desvalorizados mais que outros, ainda que haja muitos microinfluencers a merecer e fazer um trabalho fantástico em comparação com muitos macroinfluencers, se é que este nome existe (risos).

Agora, se falarmos de oportunidades em certos trabalhos, palestras e tudo o mais, acho que depende do teu trabalho e, se realmente és bom, irás ter essas oportunidades, ou pelo menos quero acreditar nisso.

Qual a tua opinião, em geral, das redes sociais? Algo genuíno ou a representação de uma vida perfeita?

Num panorama geral, acho que as redes sociais se dividem em dois - os que são e os que querem ser. Os que são passam grande parte da sua personalidade verdadeira, tal como os seus valores, não deixando que esses fiquem para trás. Os que querem ser são aqueles que procuram ser outra pessoa: uma pessoa melhor do que é, mais perfeita do que realmente é, de bem com a vida.

Temos pessoas genuínas e não genuínas, mas atenção, há quem fale de ser genuíno e até de nos aceitarmos como somos, mas, em grande parte, essas pessoas não acreditam nisso, mas não me vou alongar neste assunto.

Nunca irei promover algo em que não acredito

Síndrome de "vedetismo": uma realidade?

Realidade, obviamente, tal como na vida real. Basta terem dezenas de milhares de seguidores que, por vezes, acham-se vedetas e isso sobe-lhes à cabeça. No entanto, faz parte, mas sinto que essas pessoas andam "presas por um fio": se erram, a queda é maior. Olha, comparo-as aos concorrentes da Casa dos Segredos, Big Brother e esse tipo de reality-shows. E mais não digo! (risos)

Algo que nunca farias para as redes sociais? Propostas que nunca aceitarias.

Nunca irei promover algo em que não acredito, algo que nunca usaria em mim ou nos meus. Existem valores que não me deixam pensar sequer nessa hipótese. Mesmo coisas que use, mas que não se encaixassem no meu projecto - por exemplo, eu adoro um belo Big Mac, mas nunca irei recomendá-lo. Assim, de repente, penso que é isso, não estou a ver mais nada, mas de certeza que há muitas coisas que não faria se não forem de encontro com os meus princípios.

Entrevista: Como Tudo Começou - Márcio Aurelli

Quem é o Márcio fora do mundo digital?

Alguém que anda constantemente em transição, à procura do seu "mega" propósito, apesar de já estar no caminho - acredito. Sou alguém que tenta ser o mais saudável possível, mas adora comer de tudo. Adoro o Meio Termo - ora "como" um green smoothie, ora como uma francesinha, priorizando, obviamente, as opções saudáveis.

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Adoro cinema, adoro passear e conhecer sítios novos, adoro a natureza, adoro a família e os amigos. Sou retraído no início das amizades, mas depois sou capaz de dar tudo por eles. Sou um agricultor em ascensão. Serei, brevemente, pai de uma menina - a Inês.

Olha, sou um gajo normal com as suas "pancas" e virtudes!

O que é que as redes sociais já te trouxeram de positivo?

Por acaso, e felizmente, foi, maioritariamente, tudo positivo. Conheci pessoas fantásticas - sendo tu uma delas. Estar nesta plataforma, e iniciar este projecto, deu-me um propósito e apimentou ainda mais a minha paixão por saúde e nutrição.

Quais os próximos passos?

O próximo passo é lançar o podcast "Meio Termo" que, para além de episódios a solo, contará também com convidados variados e com temas relacionados na sua maioria com saúde, nutrição, fitness, sustentabilidade, agricultura biológica, biohacking e outros relacionados.

Tenho outras coisas em mente, mas ainda estão em rascunho e não posso revelar nada ainda.

Metas a atingir futuramente...

Tenho um projecto que vou ter de reformular completamente, por causa de certos entraves, mas que quero apresentar em Janeiro de 2021. Quem gostar do meu conteúdo, vai gostar disto, de certeza.

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Outra meta será formar-me numa área do meu interesse para poder laborar na mesma e finalmente sentir-me realizado no emprego. E, quem sabe, também não laçarei um blogue no futuro - só o tempo o dirá.

E, assim, termino a entrevista ao Márcio. Sem dúvida uma pessoa que vocês devem seguir, pois tem um projecto bem interessante. Para além disso, devem ficar atentos ao lançamento do podcast dele que está para muito breve. Fiquem atentos!

Gostaram de conhecer o Márcio? Acharam que este meu regresso às entrevistas foi como imaginaram?

4 comentários:

  1. Gostei imenso de conhecer um pouco mais sobre o Márcio e sobre as opiniões dele. :)
    Espero a próxima!!

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    1. A ver quem será o próximo entrevistado! Acho que foi um bom regresso ;)

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  2. Não conhecia o Márcio, mas foi uma bela entrevista/conversa :)

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