#PrayForMaria

Esta semana surgiu a tão mediática (e viral) notícia sobre Maria Barros, uma estudante de 18 anos, que escreveu uma carta aberta ao nosso Presidente da República a demonstrar o seu descontentamento por não ter conseguido entrar em Medicina, por três décimas, quebrando, assim, o seu sonho de ser médica.


Maria ainda se lembra que, desde os seus três anos, a passear pela casa com a sua bata e mala de médico de brincar, com um estetoscópio verde e amarelo de plástico ao pescoço, que quer ser médica. No seu país. No seu Portugal. O país que os seus pais sempre lhe disseram que era bonito, justo e coerente.

Maria diz ainda que considera o sistema de educação injusto e desadequado. Diz que uma pessoa não pode ser avaliada apenas pela nota de um exame de acesso à Faculdade e por uma média pois, quem é que avalia o lado humano dos candidatos?

Maria afirma que acha injusto não ter sido colocada por três décimas, pois ela sempre ambicionou ser médica. Desde os seus três anos. Maria caiu no fundo do poço. Sentiu-se dececionada com o seu país. Dececionada por não lhe terem “reservado” uma vaga para ela, pois ela sempre quis ser médica e sempre trabalhou para isso. Onde está a justiça neste país que não a deixou entrar em Medicina?

Maria diz ainda que há falta de médicos em Portugal. Partindo desta premissa, porque é que não abrem mais vagas para conseguir haver número suficiente de médicos em Portugal? Simples. A Educação é injusta e o sistema ainda mais.

Maria relata que, uma vez que não entrou em Medicina em Portugal, vai estudar e tentar a sua sorte em Espanha. Algo que já está a acontecer. Maria já se encontra a estudar arduamente para os exames de acesso à Faculdade Espanhola de Medicina, pois acha que irá ser colocada. Então, Maria desde os seus três anos (ver segundo parágrafo) que ambiciona ser médica. Se Portugal é injusto para com ela, Espanha não o ira ser. Espanha tem um lugar para ela.

Maria também comenta que os irmãos, quando ela for estudar para Espanha, lhe perguntam quem os vai levar ao ténis ao sábado de manhã? Porque é que Maria estudou tanto para não entrar na Faculdade de Medicina aqui em Portugal? Porquê o esforço? Não valeu a pena.

Maria apelou a coração do nosso Presidente da República. Na esperança (ainda que vã) de ele abrir excecionalmente uma vaga para ela. Para apenas e somente ela.

Pois… é porque sim!

Agora que já vos contei sumariamente (ou não) o teor da carta, deixo-vos aqui as minhas considerações:
- A carta é a maior palhaçada que existe. É ridícula. É fruto da ingenuidade e ignorância de uma miúda de 18 anos que sempre foi acalentada pelos pais que tudo o que ela queria iria conseguir. Deu-se mal!
- Tem uma média de 17,8 de acesso e diz que tem vocação. Não se vê a fazer mais nada na vida. Meus amigos, caso vocês não saibam, na Universidade da Beira Interior a média ficou pelos 17,7. Não é preciso ser-se muito sobredotado para se concluir que, se ela se candidatasse, entrava. Não! Maria é residente em Lisboa. Não pode ir para a Covilhã. “Korrore!!!!” Onde está a vocação Maria? Só é válida para Lisboa? Não podes ir para fora da tua cidade estudar? Vai custar ao início sim mas vocação não é lutar por aquilo que realmente queremos? Não te candidataste para fora de Lisboa porquê? Porque depois não conseguias levar os teus irmãos ao ténis? Poupa-me…
- Eu também não entrei à primeira na Faculdade de Farmácia aqui no Porto. Entrei numa outra. Sabes porquê? Porque não estudei o suficiente (ou da melhor forma) para conseguir ter melhores notas nos exames de acesso à Faculdade e, assim, subir a minha média. Sabes o que fiz? Entrei numa outra Faculdade. Ao mesmo tempo, voltei a estudar para os exames do ano seguinte e sabes o que aconteceu? Entrei. Sabes porquê? Porque eu queria muito ir para a Faculdade de Farmácia e, se não conseguisses entrar aqui no Porto, ia para outro lado qualquer. Quando se quer muito alguma coisa, por vezes, fazem-se alguns sacrifícios.
- Falta de médicos em Portugal? Não. Muito pelo contrário. Há médicos a mais. O que há é uma desregulação na distribuição dos mesmos pelo nosso país. Sabes que este ano vai haver o exame de acesso à especialidade (Harrison) e só existem 1600 vagas para cerca de 2600 candidatos. O nosso Presidente da República vai receber quase mil cartas dos médicos que não conseguiram?
- E se não entrares em Espanha? Também o sistema é injusto?

Sabes o que te digo? Estudasses!

Uma vez que isto já vai um bocado longo só te quero deixar um último comentário (e não quero, de todo, fazer qualquer tipo de juízo de valor mas acabo por o estar a fazer): o país não deve ter sido tão injusto para os teus pais para eles terem capacidades financeiras de enviarem uma filha estudar para Espanha e suportarem as despesas todas.

Meus amigos, até para a semana.

Até lá, bons post’s ;)

4 comentários:

  1. Como estudante de medicina em Lisboa no 3º ano, senti-me tão vexada quando li esta carta, que nem quis comentar nem escrever nada sobre ela durante alguns dias.
    Tens razão naquilo que escreves! E o problema ainda se agravou mais quando ela esclareceu alguns aspetos com a revista "Visão" no dia seguinte, em que ela afirmou que afinal a média dela não era 17,8 mas sim 17,3 e que tinha feito mal as contas. Também referiu que iria repetir os exames para o ano, tornando a sua carta, no fim de contas, inútil.
    Sinto pela Maria por não ter entrado no curso que quis à primeira, e apesar de compreender a sua frustração, acho-a egoísta. Então, ela será a única candidata a não entrar na faculdade que quis? E será que o tamanho do nosso sonho define mesmo a nossa competência nessa área?

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  2. Olha... achei a carta tão descabida que nem me dei ao trabalho de tecer qualquer comentário acerca dela, apesar de concordar com o que escreves. Milhares de alunos não conseguem entrar nas faculdades, seja pela falta de vagas na faculdade que querem, quer pela média baixa e para mim pior de tudo, é os pais, por mais que queiram, não conseguem ajudar e facultar apoio nessa decisão do filho. Isto sim deixa-me de lágrimas nos olhos. Saber que há alunos que param um ano para trabalhar e amealhar para poderem entrar no ano seguinte. Isto sim é de louvar, de se escrever e de passar a palavra pelo sinónimo de luta e dedicação que essas pessoas representam!

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  3. Obrigado, Ricardo :D
    Esse deve ser do género do meu reafirmante que sempre acaba por potenciar mais os resultados :D

    Concordo plenamente. No entanto, casos como os dela existem aos milhares. Não entendo a necessidade de se dar mais exposição a uns do que a outros. Embora concorde a 100% contigo, achei que a carta dela nºao fazia grande sentido!

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